Vamos conferir, nas biografias abaixo, a história de lavrenses, filhos da terra, expoentes ou que, de alguma forma, levaram o nome do município Brasil e mundo afora.
Observação: Nas biografias que apresentam a expressão (In memoriam), optamos por colocá-la por conta da ausência de informações sobre as datas de nascimento e/ou falecimento do biografado.
Aceitamos sugestões, correções e novas informações nas biografias apresentadas. Mais pessoas notáveis serão inseridas aos poucos nesta postagem (publicação recente: 1°/11/2025).
Adão Teixeira da Silveira
(3/6/1929 – 19/2/1984)
Filho de Gaspar Teixeira da Silveira e Zulmira Teixeira. Nasceu em Caçapava do Sul, mas se radicou em Lavras do Sul. Casado com Dona Eloá Soares da Silveira Teixeira, teve os filhos Gaspar Itajara, Carmen Vera, Dóris Beatriz, Ana Denise e Luiz Carlos.
Concluiu seus estudos em Bagé. Era conhecido como o “Adão Gordo” . Tinha uma ótima lida campeira., sendo bom laçador e agilidade no cavalo. Sempre teve espírito de liderança. Era considerado autêntico, foi rei momo do carnaval lavrense várias vezes e árbitro de futebol do antigo Estádio São José. Foi de tudo em Lavras do Sul (presidente do Vae de Qualquer Jeito, do Clube Comercial, do Sindicato Rural, patrão de CTG’s, entre outros).
Em 1968, se elegeu vereador e, em 1972, prefeito. Em 1982, faz o seu segundo mandato. Suas gestões foram marcadas por atendimento às populações em vulnerabilidade social. Era uma pessoa bastante popular no município. Em suas administrações, foram construídas pontes, escolas, melhorias em estradas e implantação do Banco do Brasil, entre outras melhorias.
Faleceu no exercício de seu mandato como Prefeito, no verão de 1984, com grande comoção municipal. Até hoje, Adão Teixeira da Silveira era lembrado como um dos maiores líderes populares de Lavras do Sul.
Alfeu Cachapuz Batista
(1914 – 1990)
Jogador de futebol. Começou sua carreira na dupla Ba-Guá, passou pelo Grêmio Santanense e Santos, e depois se consolidou no Internacional (em duas passagens, em 1936 e entre 1940 e 1949). Foi considerado um dos maiores zagueiros da história do futebol gaúcho, fazendo parte do “Rolo-compressor” da década de 1940 e tendo 1,70 m de altura – baixo para os padrões futebolísticos. Faleceu em agosto de 1990, em Porto Alegre. A Câmara de Vereadores da capital gaúcha fez voto de pesar, proposto pelo vereador Leão de Medeiros, por conta de seu legado no futebol do Rio Grande do Sul.
Antônio Leal de Macedo
(In memoriam)
Nascido em 1833 na atual Estância do Serro Formoso, casou-se em 1863 com a sua prima Amália Pires de Macedo e teve cinco filhos. Foi figura importante durante a Guerra do Paraguai, com muita bravura e coragem.
Breno Luchsinger Bulcão
(In memoriam)
Nascido em 30 de agosto de 1910, filho de João Araujo de Aragão Bulcão, Luiza Luchsinger Bulcão. Foi casado com Mafalda Dutra Bulcão (In memoriam). Filhos: Gilberto Bulcão, Rodolfo Bulcão e Lígia Bulcão Teixeira.
Foi cirurgião-dentista, formado em 1931, em Porto Alegre, e três vezes prefeito de Lavras do Sul, além de ser gestor, por doze anos, do Clube Comercial. As administrações do Dr. Breno foram marcas por profundas transformações na estrutura física e social de Lavras do Sul.
Carmem Bulcão de Lima
(1903 – 1964)
Filha do Dr. João de Araújo Aragão Bulcão, foi casada com o Sr. Pedro da Costa Lima, ex-prefeito de Lavras do Sul entre 1942 e 1945, e teve um único filho, Luiz Oscar Bulcão de Lima. Foi uma espécie de “consulesa”, “representante de Lavras do Sul” e “Mãe dos lavrenses” em Porto Alegre. Recebia a todos os estudantes lavrenses, em seu apartamento na Rua Vigário José Inácio, com carinho e generosidade. Mesmo morando na capital gaúcha, sabia quem tinha falecido, casado, etc, e não se desligava de Lavras do Sul. Nos domingos e feriados, o “Consulado Lavrense” – apartamento de Dona Carmem, era uma extensão da comunidade lavrense na Capital dos Gaúchos. Foi homenageada com uma rua, no centro de Lavras do Sul.
Crispim Raimundo de Souza
(1892 – 1959)
Com dez filhos (seis do primeiro casamento, com Ana Rita Fabrício de Souza, e quatro do segundo casamento, com Dona Medora Fabrício de Souza), nasceu em 23 de maio de 1892, filho de José Antônio de Souza e Maria Barcellos de Souza. Alfabetizado em Lavras do Sul, concluiu seus estudos no Rio de Janeiro, hospedado na casa de Licínio Cardoso, e depois se formou em medicina pela UFRGS, em 1917. Também se dedicou à pecuária em Lavras do Sul, em especial à Estância do Sobrado. Fazia um trabalho de atendimento humanizado a famílias em vulnerabilidade social. Em 1925, foi intendente municipal (Prefeito), tendo como Vice, Narciso Budó, promovendo melhorias para a estrutura do município. Manteve e aprimorou o ensino municipal, sendo decisivo para a instalação do Grupo Escolar Pedro Américo (início do Ensino Primário Estadual em Lavras do Sul). Ainda, em seu mandato, ocorreu a construção da primeira ponte de tábua sobre o Rio Camaquã, realizando a ligação com Bagé, através de São Sebastião (localidade de Dom Pedrito). Dr. Crispim praticava esportes (remo, boxe, natação, luta-livre e futebol). Foi presidente duas vezes do Clube Comercial. Deu nome à Escola Dr. Crispim, que funcionou por muitos anos junto ao Bairro Olaria – após 2020, unificada com a Escola Dr. Claudio Bulcão.
Dante Teixeira La-Rocca
(In Memoriam)
Nascido em 17 de agosto de 1918, filho de Sabino Martino La-Rocca e dona Rosa Amélia Teixeira La-Rocca. Foi casado com dona Maria Edith Silveira La-Rocca (In Memoriam). Teve oito filhos, vários netos e bisnetos. Foi comerciante (trabalhou por sete anos na Zeferino Teixeira e, mais tarde, criou a Casa Dante). Participou do Lions Club e Maçonaria, além de presidir o Clube Comercial. Foi prefeito entre 1964 e 1969 e ajudou no desenvolvimento regional. Construção de escolas, pontes e a construção da vila Poty Medeiros, além de remodelação da Praça das Bandeiras, são algumas das marcas mais importantes de sua trajetória administrativa de Lavras do Sul.
Francisco José Teixeira
(1823 – 1911)
Filho de Mariano José Teixeira e dona Maria Joaquina do Nascimento. Teve seis filhos. Um dos grandes proprietários de terras, próximas à região do Arroio do Jacques e conhecido pela atuação nos primeiros anos de emancipação política de Lavras do Sul. Foi o primeiro mandatário eleito da história de Lavras do Sul, implantando melhorias em setores como o Ensino Público e as obras. Também foi realizada a implementação de novas ruas e logradouros e a primeira contagem de moradores de Lavras do Sul.
Francisco Pereira de Macedo
(1806 – 1888)
Casado com Dona Francisca Joaquina de Sampaio, com 11 filhos, o Cel. Francisco Pereira de Macedo foi batizado em 2/3/1806, em Rio Pardo. Foi Barão e depois Visconde do Serro Formoso. Era um grande patriarca, com um grande patrimônio e posses: suas terras se estendiam por Lavras do Sul, Caçapava do Sul, São Gabriel e São Sepé, além de ter uma fazenda no Uruguai, o equivalente a Andorra, San Marino e Mônaco, na Europa, ou um pouco maior que Porto Alegre (531 km² estimados). Macedo ajudou Lavras do Sul em fatos como a Revolução Farroupilha e era um homem considerado muito culto, fidalgo e elegante, além de influência no cenário regional e brasileiro. Em 1865, D. Pedro II foi recebido por Macedo na Fazenda São Francisco das Chagas – então território de Caçapava do Sul, atualmente pertencente a Lavras do Sul – e consagrou-se após à Guerra do Paraguai, sendo decisivo para o processo de emancipação do município. Também merece destaque a libertação dos escravos em Lavras do Sul, quatro anos antes da Lei Áurea, em 2/12/1884. Em 19/12/1885, recebeu o título da Visconde do Serro Formoso. Faleceu em 1888 e foi homenageado com um quadro e uma sala na Casa de Cultua José Néri da Silveira, em 1992.
Galdino Teixeira de Carvalho
(1861 – 1937)
Filho de Quintino Teixeira de Carvalho e Dona Ana Machado de Carvalho. Teve seis filhos com Dona Malvina da Silveira Carvalho. Participou do Exército e diversos serviços públicos, delgado de polícia, juiz nos anos 1920 e também da Câmara de Vereadores e da Intendência Municipal.
Glênio Peres
(1933 – 1988)
Nascido em Lavras do Sul, foi casado com a socióloga Lícia Peres e teve um filho, Lorenzo de Aguiar Peres.Trabalhou como auxiliar de escritório, baleiro e serviu ao Exército . Após, começou a trabalhar como jornalista e repórter (nos extintos jornais O Estado do Rio Grande e Diário de Notícias), e ganhou bastante destaque em sua área, participando como membro do conselho da Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI). Cobriu a presença dos soldados gaúchos na Força de Paz das Nações Unidas, no Canal de Suez, em 1967, a queda de Perón, na Argentina e realizou trabalhos profissionais em vários países, entre eles Estados Unidos, Cuba, Peru, Espanha, Bolívia e Síria. Foi homenageado por Leonel Brizola e participou de vários cargos na TV Gaúcha (atual Grupo RBS). Atou em várias áreas, entre elas: mapeamento de turismo rodoviário do RS, teatro, literatura, filosofia, diretoria de sucursais de jornais, gerente de promoções, vereador, composição de hinos e vice-prefeito de Porto Alegre, na gestão de Alceu Collares. Sofreu perseguição no período militar, recebeu anistia e, nos anos 1980, fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Faleceu aos 55 anos, em 26 de fevereiro, deixando um grande legado para o Rio Grande do Sul e do Brasil. Ao lado do Mercado Público, no Centro Histórico de Porto Alegre, existe o Largo Glênio Peres, em sua homenagem.
Gil Samuel de Souza
(1899 – 1955)
Filho de Samuel José de Souza e Universina Soares de Souza. Teve dois filhos. Estudou em Lavras do Sul, depois Bagé e se formou como Engenheiro Civil, no Rio de Janeiro. Jogou no Internacional e foi corredor de atletismo no Fluminense. Foi Intendente de Lavras do Sul de 1928 a 1932 e, por conta das mudanças de denominações por conta de Revolução de 1930 – de intendente para prefeito – foi considerado o último intendente e o primeiro prefeito de Lavras do Sul. Ajudou na revitalização e embelezamento da cidade, além de denominação de novas ruas. Também foi nomeado prefeito de Bagé, em 1947, com várias melhorias (exemplos: pavimentação da Tupi Silveira e construção de novas estradas). Era um cidadão respeitoso e probo (com conduta ética).
Honor Teixeira da Costa
(1927 – 1991)
Até os dias de hoje, o legado do Dr. Honor para a saúde lavrense é lembrdo (o Hospital de Lavras do Sul é denominado “Fundação Médico-Hospitalar Dr. Honor Teixeira da Costa – FMHHTC). Foi casado com Heloisa Helena Teixeira e teve dois filhos. Após conclusão dos estudos em Bagé (elementares em Lavras do Sul), se formou em medicina pela Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, em 1956, já tendo uma brilhante trajetória em sua carreira e graduação. Se especializou em medicina cirúrgica, saúde pública, estagiou na Espanha e Áustria, além de realizar vários cursos de aperfeiçoamento profissional. Após sua extensa formação, voltou a se fixar em Lavras do Sul. Era um profissional competente, que ganhou a confiança da população lavrense. Superava adversidades para salvar vidas – um exemplo foi uma cirurgia realizada sem energia elétrica, apenas com a luz de uma bateria colocada junto à mesa de operação. Corajoso, exercia sua atividade médica com dedicação e era elogiado em todos os lugares em que atuava. Era também sensato – se o caso fugisse da alçada dele, recomendava ao paciente ir a outro hospital ou médico, pois Dr. Honor pensava nos semelhantes em primeiro lugar. Era um homem simples e modesto. Faleceu em um acidente de automóvel, em 13 de janeiro de 1991, consternando a comunidade lavrense, que ficou com uma grande lacuna na saúde pública local.
José Néri da Silveira
(1932 – )
Nascido no Taboleiro, interior de Lavras do Sul, filho de Severino Silveira e Maria Rosa Machado Silveira, casado com dona Ilse Maria Dresch da Silveira e com sete filhos. Estudou o primário na zona rural de Lavras do Sul e o secundário em Bagé, entre 1944 e 1950. Formou-se em direito pela PUCRS, em 1955, e em Filosofia, pela UFRGS, em 1956. Foi advogado em Porto Alegre, por dez anos. Exerceu diversas funções no serviço público, na Prefeitura de Porto Alegre, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, professor de Direito, Juiz Federal (a partir de 1967), professor em diversas universidades, Juiz do Tribunal Superior Eleitoral na década de 1980 e Ministro da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nomeado em 24/8/1981. Realizou inúmeros trabalhos referentes a Leis e ao Direito, bem como trabalhos jurídicos publicados em periódicos como o Diário Oficial do RS e o jornal Correio do Povo. Sua obra é bastante extensa. Em 1992, seu nome batizou a Casa de Cultura de Lavras do Sul. Atualmente, está aposentado do STF, mas deixa um grande legado para o Direito no Brasil e no Exterior. Em abril de 2012, foi homenageado por alunos da Faculdade Dom Bosco, em Porto Alegre, com um filme que conta sua trajetória jurídica e sua ligação com Lavras do Sul.
José Bernardo de Medeiros Junior
(1874 – 1954)
Nascido em Caicó, Rio Grande do Norte. Foi diplomado em Ciências Jurídicas no Recife e, em 1898, foi para o Rio Grande do Sul, onde foi Promotor de Justiça em Caxias do Sul. Embora não planejava ficar definitivamente no RS, exerceu o Direito no estado por mais de 30 anos. Em Lavras do Sul, se casou com Dona Clotilde Cachapuz de Medeiros. Tiveram dez filhos. Foi um grande desembargador, atuando notavelmente em Caçapava do Sul e região. Nos anos 1960, foi inaugurada uma escola estadual em sua homenagem, no caminho para o Bairro Cerrito, a Escola Des. José Bernardo de Medeiros.
João de Araújo Aragão Bulcão
(1874 – 1962)
Nascido na Bahia, mas se transferiu para o Rio Grande do Sul em 1897, após concluir o curso de Medicina em sua terra natal. Se casou com D. Luiza Eichemberg Luchsinger e teve nove filhos. Em 1903, se fixou em Lavras do Sul. Foi Prefeito de Lavras do Sul entre 31/12/1935 e 27/11/1942. Também se notabilizou como médico. Percorria todos os cantos do município, ajudando a todos que necessitam. Foi também um grande expoente de Lavras do Sul e muito influente.
João Luchsinger Bulcão
(1900 – 1986)
Nasceu em Caçapava do Sul, Filho de João A. A. Bulcão e Dr. Luiza Luchsinger Bulcão. Casou-se com Dona Gracelina Teixeira Bulcão, tendo seis filhos. Formou-se médico pela UFRGS, em 1927. Criou a tese “Estudo da Oftalmologia”, referência e fonte de pesquisa até hoje na área. Ainda graduando em seu curso, jogou no Internacional como ponta direita. Foi médico transladado para Caçapava do Sul e Jaguarão, mas voltou definitivamente para Lavras do Sul, ajudando os necessitados e dispensando muitas vezes o uso do automóvel. Era mais do que um médico, um amigo dos lavrenses. Foi ainda vereador nas décadas de 1940 e 1950. Faleceu em agosto de 1986, aos 86 anos. A Rua 7 de Setembro (onde localizava-se o consultório do doutor) passou a denominar-se Rua Dr, João L. Bulcão, a partir de indicação do então vereador Tauro Itaúba de Bem.
Licínio Athanásio Cardoso
(1852 – 1925)
Nascido em 2/5/1852, filho do Capitão Vicente Xavier Cardoso e Dona Felisbina Barcellos Cardoso. De infância simples e órfão de mãe ainda menino, foi cuidado por sua tia. Ajudava em pequenos serviços, como caixeiro, sacristão e aprendiz de pedereiro e bateador de ouro, ergueu a primeira Capela de Santo Antônio das Lavras, em 1877. Aprendeu idiomas na paróquia. Antes dos 20 anos, se mudou para o Rio de Janeiro. Era considerado um “autodidata”, aprendendo sozinho e lutando contra as severidades da vida. Superou as dificuldades e tornou-se doutor em Medicina (por volta de 1900), Engenheiro Militar, professor e médico. Também sabia homeopatia – um dos maiores estudiosos da ciência no mundo – , matemática e mecânica. Foi considerada a “maior cabeça do Brasil em Matemática”. Certa vez, em uma publicação, o Dr. Poty Medeiros pedia que não se omitisse a história deste grande nome chamado Licínio Cardoso. Lavras do Sul, Porto Alegre, Canoas e Rio de Janeiro tem logradouros com o seu nome. Há mais de 60 anos, o legado de Licínio Cardoso dá nome a uma instituto de ensino estadual de Lavras do Sul, inspirando seus estudantes a seguir os passos e inspirar-se na jornada vencedora de seu patrono. A Praça Licínio Cardoso apresenta um busto em sua homenagem, erguido em dezembro de 1953.
Manoel de Macedo Netto
(1830 – 1897)
Nascido na Estância do Serro Formoso, casou-se com sua prima Francisco Pedroso de Macedo e teve oito filhos. Era filho primogênito (mais velho) do Visconde do Serro Formoso. Herdou de seu pai as terras e a sede da Estância do Serro Formoso, em recompensa pela ajuda em vida com as lidas de campo, com sucessão digna. Foi também parte da primeira Câmara Municipal de Lavras do Sul, que foi instalada em 28/1/1883.
Olavo de Almeida Macedo
(1905 – 1954)
Filho de José Vieira de Macedo Neto e Odessa Almeida da Fontoura. Bisneto do Visconde do Serro Formoso. Casou-se com Elvira Mércio Saraiv e teve seis filhos. Estudou em Lavras do Sul, Bagé e chegou a fazer parte da faculdade de Direito, no Rio de Janeiro, mas não prestou o curso de francês no último ano da graduação. Foi jogador de futebol e praticou remo no Clube de Regatas Flamengo, durante sua passagem no RJ. Também foi presidente do Grêmio Esportivo Bagé, na ocasião em que o clube conquistou o Gauchão de 1925. Após, se estabeleceu por definitivo em Lavras do Sul para se dedicar às atividades pecuárias. Foi considerado o maior líder rural da história de Lavras do Sul, e graças a ele, surgiu a Associação Rural (atual Sindicato Rural), fundada em 27/11/1936. Contribuía para jornais da região, era um grande defensor da classe rural e esteve na diretoria de entidades como a Farsul. Atuava ferrenhamente com lideranças políticas regionais e foi vereador de Lavras do Sul por duas vezes, além de escrever três livros (Na Tribuna do Jury [1937], Vida Rural [1943] e Campanha dos Frigoríficos [1943]). O atual Parque de Exposições do Sindicato de Lavras do Sul foi batizado em sua homenagem.
Olivia Machado Moraes
(In Memoriam)
Uma das maiores poetisas de Lavras do Sul. Foi professora em várias localidades, como em Piquiri (Cachoeira do Sul) e no Cerro Branco (primeiro Distrito de Lavras do Sul) e já residiu em Porto Alegre. Era católica. Teve sete filhos com Orival Garibaldi Moraes (Ivo). Lecionou para vários padres e médicos do município, e mais de 200 alunos passaram por sua classe. A professora Olívia dava aulas de diversas disciplinas, entre elas Português, Desenho, História, Ciências, Geografia e Religião.
Paulo José Gòmez de Souza
(1937 – 2021)
Nascido no interior de Lavras do Sul, era estudante da Arquitetura, mas descobriu no teatro e nas artes cênicas a sua vocação. Entre 1955 e 1961, fez parte do Teatro de Equipe, em Porto Alegre. Se mudou para São Paulo nos anos 1960 e, depois para o Rio de Janeiro. Foi um dos maiores nomes da classe artística no Brasil em todos os tempos. Casou-se com Dina Sfat, com quem teve três filhas, as atrizes Bel Kutner, Ana Kutner e Clara Kutner; com a atriz Beth Caruso, com quem teve um filho, Paulo Caruso; e com Zezé Polessa. Viveu com Carla Camurati entre 1983 e 1986. Foi diagnosticado com a doença de Parkinson em 1992 e faleceu em 11 de agosto de 2021 no Rio de Janeiro, aos 84 anos, por conta de uma pneumonia. Participou, segundo a Wikipédia de, pelo menos, 56 trabalhos na TV (em especial na TV Globo) e 52 filmes, além várias peças de Teatro e narração de comerciais. Recebeu, ainda, diversas premiações. Alguns de seus trabalhos mais marcantes são: Shazan e Xerife (anos 1970), Orestes, da novela Por Amor (1997/98) e o filme O Palhaço (2011). Também foi o narrador do curta-metragem Ilha das Flores (1989), dirigido pelo cineasta gaúcho Jorge Furtado.
Poty Irineu Cachapuz de Medeiros
(1903 – 1978)
Filho do Desembargador José Bernardo de Medeiros Junior e de Dona Clotilde Cachapuz de Medeiros. Foi casado com d. Maria Ieda Leão de Medeiros e teve três filhos. Realizou os estudos básicos em Lavras do Sul e Bagé. Foi o primeiro advogado formado nascido em Lavras do Sul. Também exerceu a função de Promotor Público em vários municípios gaúchos. No governo de Flores da Cunha, em 1936, foi Chefe de Polícia do RS. Foi o deputado genuinamente lavrense que recebeu a maior votação na história política de Lavras do Sul. Era a “voz de Lavras na Assembleia Legislativa”. Também foi imortal da Academia Rio-Grandense de Letras, foi Ministro do Tribunal de Contas do RS , entre outros destaque. Seu legado fez de Poty um dos filhos mais ilustres de Lavras do Sul.
Zeferino da Silva Teixeira
(1914 – 1972)
Filho de Ulibio Teixeira Sobrinho e Adeláide da Silva Teixeira. Casou-se em dezembro de 1934 com dona Rita Suely La-Rocca Teixeira, mãe de quatro filhos. Detentor de uma cultura notável, foi gerente do Banco da Província e foi um grande empresário e comerciante. Fundou um dos primeiros escritórios de contabilidade de Lavras do Sul, além da Agência Chrysler (venda de automóveis) e um posto de gasolina. Foi um grande representante comercial e agente de seguros, além de comandar duas pequenas fábricas. de produção de café e sabão, que serviam para consumo local. Também, foi responsável pela famosa barraca Zeferino Teixeira, que vendia lã ovina, couro, peles e pelegos. Vereador na década de 1960, ajudou no Hospital de Lavras do Sul, no Clube Comercial e no Lions Clube, foi músico e poeta. Após o seu falecimento, em 11 de maio de 1972, aos 58 anos, alguns equipamentos públicos de lazer de Lavras do Sul receberam o nome de Zeferino Teixeira (o Camping Municipal e o Centro Comunitário da Vila Jacinto Gomez Filho – Cohab).

