Ambiente

Relevo

A sede municipal de Lavras do Sul está situada a uma altitude média de 277 metros e encontra-se no chamado Escudo Sul-Rio-Grandense, mas a porção ocidental do município, chamada localmente de “fundo”, assemelha-se mais com a Região da Campanha, com campos limpos, relevo mais plano e pouca vegetação. O ponto extremo dessa porção (Passo da Santa Maria) fica a mais ou menos 110 km a oeste da sede municipal, na divisa com Dom Pedrito e próximo ao território de Rosário do Sul. Uma considerável parte do município (porção centro-oriental) apresenta elevações acima de 300 metros, podendo chegar a 440 metros em algumas pequenas serras, como a Serra da Mantiqueira (onde se localiza o Cerro da Mantiqueira, com 399 metros de altitude), a Serra do Batovi, a Coxilha do Tabuleiro e o Rincão do Inferno. A cidade está situada entre três pequenas serras: Santa Tecla (ao norte de Bagé), Batovi (ao sul de São Gabriel) e de Caçapava (a leste).

Topografia

Com relação às altitudes dentro de sua superfície, Lavras do Sul apresenta cotas, na sua metade centro-oriental, com números que variam entre 200 e 450 metros em relação ao nível do mar. A sede do município está situada numa média de 300 metros (277 metros junto às margens do Arroio Camaquã das Lavras, e entre 320 e 380 metros, nos pontos mais elevados, como na Avenida Cacildo Delabary, nos altos da Vila da Olaria e junto ao Sindicato Rural, na saída para São Gabriel e o Distrito do Ibaré. Sobre o mesmo, podemos constatar uma altitude média de 250 metros.

Nos setores norte e sul da porção centro-oriental, há um extenso planalto, com diversos cerros e morros. As maiores elevações encontram-se nessa região.

Em Lavras, podemos notar uma relevante observação geográfica: entre o Ibaré e a Sede existe um divisor natural de águas entre as bacias hidrográficas do Camaquã (integrantes do sistema Sudeste [ou Atlântico]) e do Santa Maria (integrante da bacia do Uruguai, inserida no sistema hidrográfico do Estuário do Prata). Nesta área, com média de 350 metros de altitude, além de belas formações rochosas, bastante antigas e erodidas, podemos encontrar diversas fazendas, utilizadas principalmente para a criação de gado.

Nos extremos ocidentais do município (meandros do Rio Santa Maria – Passo da Santa Maria –, na divisa com Dom Pedrito) as altitudes já se apresentam bem mais modestas – cerca de 120 a 130 metros. No extremo ocidental (divisa com Caçapava) a média é de 215 metros.

Zoneamento ambiental do território lavrense

  • Extremo oeste do Município – campos limpos
  • Centro e norte do Município: campos subarbustivos
  • Zonas do centro, norte e sul do Município: campos mistos

Clima

O clima é subtropical úmido, com as quatro estações do ano bem definidas, verões e invernos bem rigorosos (no verão, as temperaturas podem chegar próximas dos 40ºC, e no inverno, as médias são de 6ºC a 12ºC, podendo chegar facilmente a 0ºC, com grande ocorrência de geadas).

No Município existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano. Mesmo o mês mais seco ainda assim tem muita pluviosidade. 18.0 °C é a temperatura média. Pluviosidade média anual de 1408 mm. Dezembro é o mês mais seco com 96 mm. Em Setembro cai a maioria da precipitação, com uma média de 135 mm. Janeiro é o mês mais quente do ano com uma temperatura média de 23.7 °C. Ao longo do ano Junho tem uma temperatura média de 13.3 °C. É a temperatura média mais baixa do ano. 39 mm é a diferença de precipitação entre o mês mais seco e o mês mais chuvoso. 10.4 °C é a variação das temperaturas médias durante o ano. Não há estações meteorológicas oficiais no Município, mas o engenheiro agrônomo Luiz Fernando Saraiva de Souza (Nanana) mantém, na propriedade da Chácara do Laranjal, próxima à Sede Municipal, um espaço para a medição da pluviosidade (volume de chuvas), cujos resultados são divulgados pelos órgãos locais de mídia. A Rádio Pepita FM divulga durante todo o dia a temperatura na cidade, assim como o relógio do Banco Sicredi, na Praça Licínio Cardoso, que está em atividade desde 2013.

Segundo o Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, de 2002, a precipitação média do município de Lavras do Sul está em 1.500 e 1.600 mm anuais. Em alguns pontos isolados do território lavrense, a temperatura média anual pode chegar a apenas 14°C. Entretanto, a temperatura média geral anual fica entre 16°C e 18°C.

De acordo com a classificação climática proposta por Köppen e Geiger (dois grandes geógrafos especializados em classificação climática), o clima de Lavras do Sul é Cfa (verões quentes e invernos rigorosos).

A média de chuvas é de 1.400 mm ao longo do ano. Em ocasiões de chuvas mais volumosas, muitas vezes a passarela que liga a Rua Santo Antônio e a Rua Glenio Perez (caminho do Camping Municipal), é coberta pelas águas. Porém, o município está sujeito a estiagens, como as de 2012 e 2020.

Em 1994, foi registrada neve na cidade. Em muitas ocasiões, há a ocorrência de chuvas de granizo. A neblina (cerração) é muito comum entre maio e setembro.

Solos

Os solos de Lavras do Sul são diferenciados e diversificados em relação a outras regiões gaúchas. Embora apresentem menos condições para uma agricultura mais ampla, os solos lavrenses possibilitam uma pecuária de alta qualidade, com campos nativos e preservados (mais de 80% da área territorial).

Há cinco diversificações dos solos para usos agropecuários em Lavras do Sul, segundo análises do Atlas Temático da Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã (1998); são elas:

• de bons a regulares para a produção agrícola;
• bons para a silvicultura em algumas áreas;
• sem aptidão para lavouras em regiões rochosas e de pequenas serras;
• propícios para a pecuária e gado de corte;
• propícios para lavouras de arroz nas planícies ocidentais (divisas com São Gabriel e Dom Pedrito).

Os tipos de solo especiais encontrados em Lavras do Sul são:

• O Planossolo (apropriado para a cultura do arroz, no oeste do município);
• O Podzoico (encontrado em regiões frias e úmidas, fértil e utilizado em pastagens; é típico de países como Rússia e Canadá; em Lavras do Sul, ocorre na região do Ibaré);
• O Litossolo (encontrado na porção leste de Lavras do Sul, é raso, rochoso e encontrado junto à rocha).

Hidrografia

Os principais rios do Município são o arroio Camaquã das Lavras (que banha a sede municipal, e que juntamente com os arroios do Jaques e do Hilário, forma o rio Camaquã), arroio Ivaró, arroio Taquarembó e arroio Santo Antônio, que desembocam no Rio Santa Maria, que banha uma pequena porção no extremo oeste do município, na divisa com Dom Pedrito. Podemos classificar o município em duas regiões hidrográficas distintas:

* Bacia Oriental: formada pelo rio Camaquã Grande e os arroios Camaquã das Lavras, Nazária, Imbicuí, do Tigre, Natálio, da Mantiqueira, Camaquã dos Macedos, Divisa, do Meio, do Jacques, do Hilário e Maricá, entre outros;
* Bacia Ocidental: formada pelo rio Santa Maria e pelos arroios Taquarembó, Jaguari, do Salso, Ivaró e Santo Antônio, entre outros.

O Rio Camaquã possui suas nascentes em Lavras do Sul e municípios vizinhos, fazendo com que a porção oriental do município pertença à bacia hidrográfica do mesmo.22 Possui cerca de 430 km de extensão, passando por municípios como Santana da Boa Vista, Encruzilhada do Sul e Amaral Ferrador, e desembocando na Laguna dos Patos, na divisa de Camaquã com São Lourenço do Sul.

A Bacia do Rio Camaquã possui uma superfície de 21.517,58 km², correspondendo a 7,6% do Estado, abrangendo 26 municípios e cerca de 255 mil habitantes.

A qualidade da água é satisfatória em quase todos os cursos d’água. No entanto, há uma grande quantidade de lodo em boa parte dos mesmos. Apenas há pequenos focos de poluição no trecho em que o Camaquã das Lavras cruza a zona urbana. O transporte de sedimentos forma diversos bancos de areia e praias fluviais. No Balneário do Paredão, por exemplo, há uma concentração de areia e plantas, já considerada como ilha. A Praia do Salsinho, propriedade particular localizada próxima ao Paredão, apresenta uma grande concentração de minerais (quartzitos e granitos), além de uma extensa e espessa faixa de areia.

Tanto a Sede como o Ibaré são banhados por arroios de características idênticas. A mata ciliar cobre as margens dos principais arroios, estando ao lado de grandes depósitos de sedimentos.

Os arroios Camaquã Chico (montantes dos afluentes formadores entre Dom Pedrito e Bagé), do Jaques, do Hilário e Camaquã das Lavras juntam-se para dar origem ao rio, na divisa de Lavras com Caçapava e Bagé.

Marco Gaúcho das Águas

Foto: Eduardo Lanna (Publicada no site da Agapan – Mais informações no link)

Em Lavras do Sul, encontra-se na divisa dos três principais sistemas hidrográficos do Rio Grande do Sul (o do Guaíba, o do Uruguai/Santa Maria e o do Camaquã), o Marco Gaúcho das Águas. Inaugurado em 2004, este encontro, na forma de monumento, está localizado na divisa na localidade da Meia Lua, divisa com São Gabriel: o Marco Gaúcho das Águas.

Site didático e de pesquisa sobre Lavras do Sul/RS e Pampa Gaúcho